Visão sobre a WEG: Compra
A WEG apresenta uma gestão operacional robusta, com ganhos de eficiência e de lucros consistentes ao longo dos últimos anos. A boa diversificação da Empresa, com plantas em outros continentes, também é um diferencial, uma vez que possibilita absorver ganhos de produtividade e logística decorrentes da integração das cadeias globais de produção.
A dispersão geográfica também pode ser vista nos mercados atendidos, uma vez que as vendas no exterior correspondem a mais de 50% da receita da Companhia. Esse fator permite que a Firma se beneficie em momentos de cotação elevada do dólar. Porém, em momentos de maior resiliência do real frente à moeda norte-americana, os resultados podem ser negativamente afetados.
A diversificação das receitas também contribui para o bom desempenho da WEG e para a diluição dos riscos setoriais. Ainda que, no 2T24, cerca de 47% dos resultados estejam associados à venda de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI) como motores elétricos e redutores, a Companhia também possui importantes fontes de receita no segmento de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (41%), Motores Comerciais e Appliance (7,5%) e Tintas e Vernizes (3,9%).
Destacamos também a sua inserção no segmento de energias renováveis, com ênfase para a produção de equipamentos que atendem a geração de energia solar e eólica, setores com alto potencial de investimento, tendo em vista as práticas ESG. A longo prazo, os negócios da vertical possuem perspectivas positivas e surfam um bom momento de vendas, especialmente no exterior.
Entre os projetos anunciados no último ano, a Empresa informou a construção de uma nova fábrica para produção de baterias de lítio e novas parcerias no setor, de modo a se posicionar frente à transição para veículos elétricos. Ademais, anunciou a aquisição de um terreno de 640.000 m2 no México por US$40 milhões, que faz parte dos planos de expansão futuros da Companhia, e a construção de uma nova fábrica de tintas no país. Juntamente, a WEG firmou uma nova parceria com a Petrobras para a produção eólica onshore com receita estimada em R$130 milhões e potencial de produção em maior escala a partir de 2025. Por fim, a WEG também informou ao mercado a aquisição da linha de negócios de motores elétricos da Regal Rexnord Corporation em uma transação de US$400 milhões, que adiciona 10 fábricas ao portfólio e tem potencial de receita acima de US$500 milhões por ano para a WEG. Torna-se evidente, portanto, que a Empresa consegue se expandir, mesmo frente ao tamanho de mercado que já possui.
É importante ressaltar, entretanto, que a possibilidade de uma desaceleração global pode gerar efeitos sobre os resultados da Companhia, haja vista que boa parte das suas linhas de negócio atuam diretamente em consonância com a confiança industrial. Ainda assim, a sólida posição de caixa líquido permite estabilidade, mesmo em um eventual caso de estagnação da receita.
Acreditamos que a WEG é favorecida pela diversificação das suas unidades de negócios, assim como pela exposição a diversos mercados. Além disso, a Empresa conta com produtos de alta qualidade e um histórico de retornos constantemente altos. Esses diferenciais e a capacidade de manter a sua qualidade de resultados, mesmo frente aos cenários desafiadores e voláteis, nos fazem recomendar a compra dos papéis WEGE3 com foco no longo prazo.
Visão sobre os resultados da WEG: Positiva
No segundo trimestre de 2024, a WEG apresentou receita operacional líquida de R$9,27 bilhões, aumento de 13,5% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. No mercado interno, as receitas apresentaram avanço de 10,4% no período, atingindo R$4,13 bilhões no trimestre. Já no mercado externo, as receitas das operações avançaram 10% a/a em dólares norte-americanos, atingindo montante acumulado de US$984,8 milhões. Quando convertidas para reais, as receitas no mercado externo foram impactadas por uma maior taxa de câmbio média no período, que passou de R$4,95 no 2T23 para R$5,21 no 2T24.
Entre as unidades de negócio, houve crescimento ano a ano em todas as linhas de receita, exceto no mercado externo de Motores Comerciais e Appliance (MCA), que recuou 2,6% a/a. O destaque positivo fica por conta do aumento das vendas em Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI) para o mercado externo, que saltou 19,6% a/a em decorrência da recuperação dos equipamentos de ciclo curto, do bom desempenho dos equipamentos de ciclo longo e da inclusão de novas marcas no portfólio. Ademais, o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) segue em um bom momento no exterior, com elevação das receitas em 15,7% a/a, com aumento da venda de transformadores para parques de energia eólica e solar na América do Norte. Também houve elevação expressiva em Motores Comerciais e Appliance (MCA) no mercado interno (+31,3% a/a), mas a unidade representa uma fatia menor da receita líquida.
O custo dos produtos vendidos apresentou uma elevação de 13,5% a/a, o que gerou uma manutenção da margem bruta no patamar de 33,7%. Como consequência, o lucro bruto atingiu R$3,13 bilhões no trimestre de referência, alta de 13,5% a/a.
As despesas SG&A avançaram 18,5% a/a, com destaque para a elevação de 15,8% nos gastos com vendas e de 25% nos gastos administrativos. Houve aumento na proporção entre as despesas e a receita, que atingiu 10,9% do total de vendas líquidas (+0,5 p.p. a/a).
O EBITDA, por sua vez, alcançou R$2,12 bilhões no 2T24, alta de 15,7% em relação ao 2T23, evidenciando a manutenção dos patamares de margem bruta. Assim, houve avanço de 0,5 p.p. na margem EBITDA na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a 22,9% no 2T24.
O lucro líquido apurado ao final do trimestre foi de R$1,44 bilhão, alta de 5,4% a/a. A margem líquida recuou 1,2 p.p. a/a, alcançando 15,5% no período mencionado, e foi impactada pela maior carga tributária.
Ao final do trimestre, o ROIC, ou seja, o retorno sobre o capital investido, atingiu 37,4%, alta de 3 p.p. a/a. Desconsiderando efeitos não recorrentes, o ROIC seria 34,4%. Houve crescimento do NOPAT (lucro operacional deduzido o Imposto de Renda), que mais do que compensou o crescimento do capital empregado para a aquisição da Regal Rexnord.
Dado o resultado, a Companhia encerrou o trimestre com uma posição de caixa confortável, somando R$7,24 bilhões, frente ao caixa de R$7,09 bilhões de dezembro de 2023. O endividamento da Companhia também segue em níveis confortáveis. Houve uma elevação no montante total dos financiamentos, atingindo R$4,18 bilhões no 2T24, mas ainda em patamares suficientes para cobertura pelas disponibilidades.
Enxergamos os resultados apresentados como positivos, visto que todas as linhas de negócio apresentaram boas performances. A Companhia continua entregando resultados sólidos, com perspectivas de expansão inorgânica, incremento de receitas e alocação de capital com retornos expressivos, o que motiva a nossa posição de compra nas ações da WEG, com foco no longo prazo.
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