Visão sobre o GRUPO SÃO MARTINHO: Compra
A performance do Grupo São Martinho é relacionada à produção de sucroenergéticos, como o etanol e o açúcar. Em um cenário de valorização no preço do petróleo, a tendência é que o movimento favoreça as commodities fabricadas pela Companhia.
Esse movimento ocorre porque é criada uma expectativa de maiores altas no preço da gasolina, o que cria espaço para aumento no preço do etanol. Consequentemente, é esperado que as usinas passem a produzir mais etanol em detrimento da produção de açúcar, criando uma redução na oferta desta commodity no mercado e, assim, sustentando preços mais altos para a mesma. O principal fator de risco dentro dessa tese são as possíveis novas restrições de circulação por conta do coronavírus, que podem reduzir a demanda por petróleo e gerar excesso de oferta desta commodity no mercado. Tais fatores em conjunto podem pressionar os preços internacionais do petróleo para baixo. Em contrapartida, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo denominado de Opep+, em sua última reunião, mantiveram os cortes de produção até abril de 2021.
A demanda mundial por combustíveis alternativos, como o etanol, também tende a crescer ao longo dos próximos anos, favorecendo o desempenho da Empresa no futuro.
Além disso, em janeiro de 2021, o Grupo São Martinho aprovou o investimento no valor de, aproximadamente, R$640 milhões para a implantação da usina de etanol de milho em Quirinópolis (GO). A nova planta será anexa à Usina Boa Vista e contará com uma capacidade produtiva anual de 210 mil metros cúbicos do biocombustível, deste total, 100 mil metros cúbicos serão de etanol anidro e o restante de hidratado.
A unidade ainda poderá gerar anualmente 150 mil toneladas de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), que é um subproduto voltado para ração animal, e 10 mil toneladas de óleo de milho. A operação da nova usina está prevista para começar em novembro de 2022, através de 50% da capacidade na safra 2022/23 e 100% a partir da safra 2023/24.
Para a próxima safra (2021/22), a Empresa planeja um pacote de investimentos de R$1,8 bilhão. O montante considera que R$1,3 bilhão será destinado aos custos de manutenção de canaviais e indústrias e que R$535 milhões serão consumidos pelo etanol de milho e pela cogeração. Além disso, a Firma pretende maximizar sua produção de açúcar durante a safra 2021/22.
Com base nos fatores citados acima, possuímos perspectivas positivas para o futuro do Grupo São Martinho e, por isso, recomendamos a compra das ações SMTO3, visando o longo prazo.
Visão sobre os resultados do GRUPO SÃO MARTINHO: Positiva
No quarto trimestre de 2020 (4T20), o Grupo São Martinho reportou seus resultados referentes à safra do terceiro trimestre 2020/21 (3T21). No período, o lucro líquido registrado somou R$272,2 milhões, queda em relação aos R$342,9 milhões obtidos no mesmo intervalo da safra anterior.
Já o lucro caixa foi de R$307,1 milhões, contração de 16,2% na comparação com o 3T20. Entretanto, no acumulado dos noves meses (9M21), o lucro caixa apresentou alta de 39,9% ante os 9M20, em função, principalmente, do crescimento do EBITDA no período.
Por sua vez, o EBITDA ajustado pelos efeitos do IFRS 16 - arrendamento, pelos ativos biológicos e pelo vencimento de dívida (hedge accounting) atingiu R$651,6 milhões. O acréscimo de 20,3% frente ao 3T20 é justificado pelo aumento no preço médio de comercialização de açúcar (+22% versus o 3T20) e etanol (+7% contra o 3T20), neste último insumo, considerando o preço líquido de despesas comerciais. A expansão no volume de vendas de açúcar no período (+10% ante o 3T20) também favoreceu o desempenho da Companhia. No acumulado da safra (9M21), o EBITDA ajustado alcançou avanço de 26,7% em relação aos 9M20.
No período, a receita líquida, excluindo os efeitos de hedge accounting de dívida em moeda estrangeira e PPA USC e incluindo a receita financeira de negócios imobiliários, registrou incremento de 17,8% na comparação com o mesmo período da safra anterior, totalizando R$1,2 bilhão. Esse resultado reflete as melhorias citadas anteriormente no preço médio de comercialização de açúcar e etanol, além da performance das vendas de açúcar. No acumulado dos 9M21, a receita líquida foi de R$3,2 bilhões (+23,9% versus os 9M20).
Ao longo da safra 20/21 (9M21), o Grupo processou 22,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, retração de 0,5% frente aos 9M20. A queda está relacionada ao clima mais seco vivenciado no período. Para a safra 2021/2022, a Empresa fixou, aproximadamente, 703 mil toneladas de açúcar, o que corresponde a 61% da cana própria, considerando um preço médio de R$1,5 mil/ton. Enquanto na safra 2022/2023, a fixação totalizou cerca de 100 mil toneladas, representando 9% da cana própria, a partir de um preço de R$1,7 mil/ton.
No 3T21, a receita gerada pela produção de etanol somou R$698,1 milhões (+7,7% em relação ao 3T20). A performance é consequência do aumento no preço médio de comercialização do insumo.
Em dezembro/2020, a dívida líquida da Empresa totalizou R$2,8 bilhões, redução de 2,6% em relação ao valor registrado em março/2020. No período, o indicador dívida líquida/EBITDA (acumulado PTAX médio diário 12 meses) em reais ficou em 1,27x (-17,8% ante março/20). Já em dólares, o resultado ficou em 1,19x (-3,3% versus março/20).
Acreditamos que o Grupo São Martinho irá se beneficiar das perspectivas positivas para os preços de açúcar e etanol. A Companhia também possui projetos importantes para o seu crescimento, como, por exemplo, a implantação da usina de etanol de milho em Quirinópolis (GO). Além disso, a valorização nos preços do petróleo tende a impulsionar a alta do açúcar.
Entretanto, novas restrições de circulação, por conta do coronavírus, podem reduzir a demanda por petróleo, levando os preços dos barris para baixo e pressionando o preço do açúcar para queda. Apesar disso, acreditamos no bom desempenho da Empresa no longo prazo, e, por isso, recomendamos a compra do ativo SMTO3.
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