Visão sobre a Natura&Co: Neutra
A Natura&Co é uma empresa brasileira atuante na distribuição de produtos cosméticos voltados para higiene e beleza. Atualmente, a Companhia opera em todas as regiões do Brasil e em mais de 100 países através das marcas Natura e Avon. A Empresa possui forte atuação no cenário corporativo nacional, principalmente, devido à alta tecnologia empregada em sua produção e à proximidade com o meio ambiente, gerando produtos que proporcionam bem-estar para seus consumidores e envolvidos na produção.
O modelo de negócios da Natura&Co se baseia, principalmente, na venda direta, realizada através da atuação de 7,6 milhões de consultoras parceiras, sendo 2 milhões de consultoras da Natura e 5,6 milhões consultoras representantes da Avon. No mundo, a Natura&Co assume a décima posição em share no segmento de Beleza e Cuidados Pessoais, com 2,1% do mercado. Na América Latina, assume a liderança, com 12,1% do mercado ao final de 2022.
A Empresa se destaca pelo pioneirismo no compromisso em relação ao meio ambiente, o que é observado através do seu modelo de negócios. A Natura&Co opta pelo uso de matérias-primas naturais, não realização de testes em animais e adoção de normas de segurança em rígidos padrões internacionais. A Companhia também adota o programa carbono neutro, que objetiva a diminuição e a compensação das emissões de gases poluentes, além de seguir com o projeto de conservação da Amazônia, com o objetivo de garantir área de conservação de 3 milhões de m2 até 2030. O pioneirismo na atuação socioambientalmente responsável coloca a Natura&Co entre as empresas na adoção dos princípios ESG no Brasil.
Além disso, a Natura&Co vem consolidando o seu processo de digitalização através do segmento de e-commerce, que ainda representa parte incipiente da receita. Somado a isso, a plataforma de serviços financeiros &Co Pay, voltado para ampliar a produtividade das consultoras e revendedoras da marca, tem proporcionado um importante progresso da sua estratégia na diversificação de receitas.
Apesar da robustez do seu ecossistema de marcas, observamos que a Companhia enfrenta dificuldades de rentabilizar todas as suas operações, com destaque para a Avon Internacional, que têm sido detratoras no resultado.
Na América Latina, a Empresa deu início à Onda 2, movimento estratégico que busca maior integração entre as marcas do portfólio, simplificação de estruturas e centralidade em um único canal de suporte para as consultoras. Até o momento, a implementação se deu de forma inicial no Peru e Colômbia, além da Fase 1 realizada no Brasil. Para o primeiro semestre de 2024, é esperada a conclusão da integração no Brasil e o início da operação no Chile, seguida por México e Argentina no segundo semestre. Com isso, a Companhia espera destravar sinergias e avanços sequenciais de margens.
O endividamento da Empresa, que era alvo de monitoramento constante, foi solucionado com a venda da Aesop para a L’ Oréal por US$2,6 bilhões no primeiro trimestre de 2023, injetando recursos no caixa da Companhia e liquidando os passivos. Ademais, a Natura&Co concluiu a alienação da The Body Shop em um acordo na ordem de £207 milhões, com potencial earn-out de £90 milhões. O valor representa cerca de 1/5 do montante pago pela marca anos antes.
Recentemente, a Companhia informou ao mercado que, na busca pela simplificação das estruturas, estuda uma separação de negócios da Natura&Co com a Avon, de modo a destravar valor das operações segregadas. Na esteira da otimização das estruturas, houve também a deslistagem das ADRs na NYSE e a adequação das operações internacionais, que agora são gerenciadas por apenas duas regiões.
Vemos que a Natura&Co possui posição de destaque nas vendas globais de produtos de beleza e cuidados pessoais, o que lhe garante alto volume de receitas. Entretanto, há sinergias operacionais ainda não destravadas e processos de reestruturação nas marcas que ainda não estão finalizados. A venda da Aesop trouxe melhora substancial para a estrutura de capital, mas também retirou a maior avenida de crescimento da Companhia. A alienação da TBS e os novos movimentos anunciados também são positivos à medida que simplifica as operações e concentra esforços nas unidades de negócio com melhores perspectivas. Ainda assim, restam dúvidas sobre a velocidade da reestruturação realizada e os efeitos que serão destravados com ela. Deste modo, seguimos com recomendação neutra para os papéis NTCO3 para o longo prazo.
Quisque et lacinia ex. Donec gravida quam id ipsum tincidunt, eu auctor orci feugiat. Nullam elit felis, lobortis eget aliquam ut, accumsan sit amet sem. Nam ac varius arcu. Maecenas aliquet nunc interdum consectetur rutrum. In vel rutrum nulla. Etiam vehicula porttitor quam, ut porta nisl efficitur sit amet. Pellentesque blandit tortor sit amet metus mattis, vel convallis nibh venenatis.