Visão sobre o Magazine Luiza: Neutra
O Magazine Luiza foi fundado em 1957 e hoje é uma das maiores varejistas do Brasil, com importante desenvolvimento tecnológico. A Empresa atua através de grandes marcas, como Magazine Luiza, Netshoes, Zattini, Época Cosméticos, Estante Virtual e Kabum.
A estratégia da Companhia é focada em cinco pilares: (i) Novas Categorias, buscando vender tudo que o cliente procura; (ii) Super App, com produtos do Magazine Luiza, dos sellers e soluções para pagamentos; (iii) Entrega mais Rápida, através dos 23 CDs e buscando transformar as mais de 1.300 lojas físicas em pequenos centros logísticos; (iv) Magalu as Service, oferecendo serviços aos vendedores e (v) Fintech, com soluções financeiras para clientes e sellers.
Apesar das vantagens competitivas no setor, nos últimos trimestres, o ambiente macroeconômico desafiador pesou sobre o mercado. Com isso, o Magazine Luiza segue sofrendo com prejuízos líquidos consecutivos e elevadas despesas financeiras. Além disso, nos períodos anteriores, a inflação de custos pesou sobre a Companhia e, no último trimestre, a volta do DIFAL (diferença de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais) impactou a margem. Ainda que haja expectativa de melhora do ambiente econômico no segundo semestre de 2023, ainda poderemos observar alguns trimestres de resultados negativos para o Magazine Luiza.
A Empresa também opera a múltiplos elevados, embutindo grande parte das expectativas futuras nos resultados presentes, o que reduz a margem de segurança para o papel. Acreditamos que a Companhia possui estratégia robusta de crescimento e vantagens competitivas significativas no setor. No entanto, dado o valuation esticado e o ambiente ainda complexo, seguimos com visão neutra para MGLU3 para o longo prazo.
Visão sobre os resultados do Magazine Luiza: Negativa
No terceiro trimestre de 2023, a receita bruta do Magazine Luiza retraiu 1,5% a/a e somou R$10,6 bilhões. O indicador foi impactado, especialmente, pela queda no volume de vendas nas categorias de bens duráveis e parcialmente compensado pelo aumento dos ganhos com prestação de serviços. A receita líquida, por sua vez, fechou o trimestre em R$8,58 bilhões (-2,6% a/a), com o aumento das deduções da receita bruta pela volta do DIFAL (diferença de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais), fazendo com que a tributação da receita bruta aumentasse de 18,1% para 18,9%, fator que foi parcialmente compensado pela receita de serviços.
Ao fim do trimestre, o lucro bruto da revenda de mercadorias totalizou R$1,74 bilhão, o que representa queda de 0,9% contra o mesmo período do ano anterior. Quando acrescido dos ganhos de serviços, o lucro bruto total cresceu 7,9% versus o 3T22 e chegou a R$2,61 bilhões. Dado o menor custo em relação à receita líquida no período, a margem bruta, por sua vez, apresentou avanço de 2,9 p.p., ficando em 30,4% no 3T23. O destaque se deu especialmente em decorrência do ganho de 1,9 p.p. de margem bruta advindo das receitas de serviços.
No período de referência da análise, as despesas operacionais totais alcançaram R$2,13 bilhões, equivalentes a 24,8% da receita líquida e avanço de 11,0% versus 3T22. Nesse contexto, as despesas com vendas aumentaram 11,4% no período e somaram R$1,72 bilhão, o que representa 20,1% da receita líquida.
No braço financeiro do Magazine Luiza, o volume total de transações atingiu R$24,6 bilhões (+11,5% a/a) e as receitas de intermediação financeira alcançaram R$629 milhões (-8,1% a/a). A inadimplência acima de 90 dias chegou a R$2,04 bilhões, crescimento de 10,4% a/a. No trimestre, a PDD (provisão para devedores duvidosos) atingiu R$2,87 bilhões (+4,8% a/a), proporcionando um índice de cobertura total de 140% (-8,0 p.p. a/a).
Já o EBITDA ajustado no 2T23 atingiu R$487,5 milhões no período (-0,7% a/a), sustentado pelo aumento da margem de contribuição do marketplace. A margem EBITDA aumentou 0,1 p.p. a/a, chegando a 5,7%, dados os efeitos positivos na margem bruta.
O resultado financeiro ajustado apresentou melhora, alcançando R$456,2 milhões negativos no 3T23 (-18,0% a/a). No período, houve redução das despesas financeiras, dado o menor nível de juros e redução das antecipações de recebíveis. Com isso, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$143,4 milhões (-15,7% a/a). Quando descontados os ajustes e inseridos os créditos tributários utilizados para equalização do balanço no trimestre, o lucro líquido contábil foi de R$331,2 milhões.
No período analisado, houve aumento da necessidade de capital de giro na comparação do o mesmo período do ano anterior, atingindo R$2,25 bilhões (+39,3% a/a). O CAPEX, por sua vez, reduziu 29,0% a/a, com queda substancial em todas as linhas de investimentos.
Por fim, a estrutura de capital da Companhia apresentou endividamento líquido de R$4,12 bilhões (-13,2% t/t), com 59,4% dos passivos concentrados no longo prazo, em especial com vencimentos entre 2024 e 2026.
Observamos, deste modo, um resultado fraco do Magazine Luiza no trimestre. Houve retração de receitas e as despesas seguem pressionando o resultado. Além disso, a melhora da margem bruta não foi sentida no resultado em função dos desafios supracitados. Por fim, a Empresa negocia com múltiplos elevados, embutindo no preço atual grande parte das expectativas futuras, o que mantém nossa perspectiva neutra para o papel MGLU3 para o longo prazo.
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